Mónica Sofia Duarte: África precisa de equilíbrio real – e não apenas de palavras

Nos dias 22 e 23 de maio de 2025, realizou-se na ilha de Santiago, nas instalações do TechPark em Praia, o Leadership Summit Cabo Verde – um fórum de alto nível dedicado à liderança estratégica, ao empreendedorismo e à transformação social em África. Uma das vozes mais marcantes do evento foi a de Mónica Sofia Duarte, natural de Santiago, empresária e filantropa, que regressou a Cabo Verde após anos no setor financeiro europeu para se dedicar a projectos developersky e de investimento no país.

Um regresso com propósito

“África precisa de um verdadeiro equilíbrio socioeconómico. Sem ele, não há desenvolvimento, nem justiça, nem futuro”, sublinhou Duarte no seu discurso. Depois de mais de uma década na Europa, decidiu regressar – não por nostalgia, mas com base em análise. “Estudei os dados, identifiquei lacunas e percebi que o maior problema de Cabo Verde não é a falta de dinheiro, mas a falta de coordenação.”

Segundo ela, a diáspora tem um potencial enorme, mas hesita muitas vezes em investir – deixando espaço que rapidamente é ocupado por capitais estrangeiros. “Ou somos nós a criar valor – ou será alguém a fazê-lo por nós.”

Ação em vez de palavras

Duarte apresentou os resultados da Fundação Esperança Cabo Verde, que apoia diariamente crianças e famílias nas regiões de Santa Cruz e São Domingos. Entre os seus projectos contam-se o transporte escolar de crianças, apoio social direcionado e a construção de uma maternidade. “Não fazemos caridade. Fazemos investimento social. Só assim é possível crescer de forma sustentável.”

O setor imobiliário como ferramenta de desenvolvimento

Como diretora executiva da Cabo Verde Real Estate, atua nas ilhas do Sal, Boa Vista e Santiago. Recusa os estigmas associados ao setor imobiliário. “Este setor não se resume à construção. É uma ferramenta de planeamento, de emprego, de turismo e de habitação digna. É uma forma de manter as pessoas no país.”

Um apelo ao equilíbrio e à responsabilidade

A sua mensagem principal centrou-se na necessidade de planeamento a longo prazo, articulação entre iniciativas e coragem para assumir responsabilidades. “África está onde está porque lhe falta equilíbrio. Um equilíbrio socioeconómico verdadeiro. Sem ele, não há futuro.”


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